O parto é um momento mágico e, em muitos casos, a chegada do bebê ao mundo ocorre com ele vindo primeiro pela cabeça. No entanto, em 3% a 5% dos casos, o bebê se posiciona de uma maneira diferente no útero, num estado conhecido como posição pélvica.
O que significa ter um Bebê na Posição Pélvica, ou Bebê Sentado?
O parto pélvico, comumente referido como “bebê sentado”, ocorre quando o bebê está sentado no útero, de forma que na hora do nascimento, ele vem ao mundo primeiro pela pelve e não pela cabeça. À medida que a data do parto se aproxima, a tendência é que o bebê assuma a posição cefálica, ou seja, de cabeça para baixo. No entanto, para alguns bebês, isso não acontece e eles permanecem na posição pélvica.
O que fazer quando o bebê está na posição pélvica?
Quando uma futura mamãe descobre que o bebê está na posição pélvica, é natural que ela se preocupe. Isso ocorre porque o parto pélvico pode aumentar o risco de complicações e morte do bebê. No entanto, é importante manter a calma, pois existem alternativas a serem consideradas.
A primeira opção é esperar que o bebê vire por conta própria. Contrariamente ao que algumas pessoas acreditam, não existe uma data certa ou limite para o bebê virar. Embora 97% dos bebês virem até as 32 semanas, muitos ainda mudam de posição nas semanas 39 ou 40.
Durante esse período de espera, as gestantes podem realizar uma série de exercícios, conhecidos como spinning babies, para estimular o bebê a virar.
O que é a Versão Cefálica Externa (VCE)?
Outra opção é o procedimento hospitalar chamado VCE (Versão Cefálica Externa). Neste procedimento, a paciente é medicada para que seu útero relaxe, e a equipe médica tenta virar o bebê com as mãos até deixá-lo na posição cefálica. Este procedimento indolor é realizado com cerca de 37 a 38 semanas de gestação.
A História Inspiradora da Aline: Parto Pélvico Normal é Realidade
A história da Aline é um exemplo inspirador de que o parto pélvico normal pode ser uma realidade. Aline estava feliz com seu acompanhamento obstétrico, mas tinha medo que a fisiologia do parto não fosse totalmente respeitada. Durante a primeira consulta, descobrimos que seu bebê, Alice, estava na posição pélvica.
Frente a essa situação, discutimos as opções para ajudar Alice a virar, incluindo as técnicas de spinning babies e a VCE. Aline tentou ambas, mas Alice permaneceu na mesma posição. Então, quando Aline rompeu a bolsa com 36 semanas, com Alice ainda na posição pélvica, tivemos que tomar uma decisão.
Após uma hora de observação, Aline estava com 5 cm de dilatação e decidiu tentar um parto normal. Apesar dos riscos conhecidos, decidimos seguir adiante juntas. Com monitorização cuidadosa, apoio e respeito, Alice nasceu de parto pélvico normal.
Cesariana também é uma opção, e está tudo bem!
Se o bebê não vira com essas intervenções, então a mãe deve receber indicação formal de cesariana. É importante notar que, enquanto o parto pélvico normal é tecnicamente possível, é considerado mais arriscado e, portanto, geralmente não é a primeira opção para a maioria dos profissionais de saúde. Optar pela cesariana não significa que o parto não possa ser humanizado. A cesariana humanizada respeita os tempos, os ritmos e as vontades da mãe e do bebê, garantindo uma experiência de parto positiva.
Conclusão
A gravidez é uma jornada cheia de surpresas e desafios. A posição do bebê pode ser um desses desafios, mas existem muitas estratégias e intervenções médicas disponíveis para ajudar a garantir um parto seguro. A coisa mais importante é sempre consultar seu médico em caso de dúvidas ou preocupações. Cada gestação é única e cada mulher merece um cuidado personalizado e atencioso.
Lembre-se, você não está sozinha nessa jornada. Estou aqui para ajudar e apoiar você em cada passo do caminho.
Um grande beijo,
Dra Marina Mariz
Ginecologista e Obstetra
Defensora do Parto Humanizado
Especialista em Gestação de Alto Risco
Uma das Fundadoras da Casa Perinatal
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