Trazer um bebê demanda muita estrutura, não somente financeira, mas também emocional, familiar e de planejamento da vida como um todo.
Dada essa consciência que surgiu mais fortemente nas últimas décadas, muitas mulheres e casais têm adiado a maternidade e focado primeiro na estruturação de outras áreas da vida.
Por conta disso, atualmente é muito comum a gravidez após os 35 anos, chamada gravidez tardia.
Essa escolha traz muitos benefícios, como vimos, permite um melhor planejamento e estruturação antes da chegada do bebê. No entanto, do ponto de vista médico, essa gestação tem também desafios e riscos próprios da fertilidade e da genética do corpo.
O que é considerado gravidez tardia?
Segundo os pesquisadores, o sistema reprodutor femino começa a envelhecer por volta dos 30 anos e a partir dos 35 isso se acelera cada vez mais.
Do ponto de vista da medicina, o período entre os 20 e os 30 anos de idade é o “ideal” para uma gravidez, pois é quando a fertilidade está em alta, a partir disso, já é considerado uma gravidez tardia.
Esse período de 10 anos, representa menor risco para eventuais complicações, tanto para a mãe como para o bebê.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1998, 19% das mulheres que deram à luz tinham entre 30 e 34 anos, número que aumentou cerca de 37% até o ano de 2017.
Gestações dos 35 aos 39 anos cresceram 71% e dos 40 aos 44 anos representam 50% a mais que nos últimos anos.
Apesar de a partir dos 30 anos a gravidez já ser considerada tardia por parte dos médicos, para algumas mulheres, este período é o melhor momento para pensar na maternidade, pois diante da maturidade adquirida, muitas se sentem mais preparadas para serem mães.
Benefícios de planejar e ter uma gravidez tardia
Já sabemos que ao longo dos anos vamos adquirindo mais experiências de vida, mais aprendizados e por consequência mais maturidade e consciência das nossas escolhas e desejos.
Para a maioria das pessoas, o amadurecimento emocional e cognitivo permite lidar melhor com as situações e desafios da vida.
Dessa forma, esses itens listados acima são benefícios de quem opta por ter filhos depois dos 30 anos. Além disso, após os 30 as chances de ter mais estabilidade financeira e um núcleo familiar mais estável também são maiores.
Riscos de uma gravidez tardia
Depois dos 30 anos, o corpo da mulher ainda está em perfeitas condições de gerar uma vida, porém, apesar dos benefícios da gravidez tardia é sempre bom lembrar que a idade mais avançada também pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.
Um dos principais riscos é o envelhecimento dos óvulos, que pode levar a uma probabilidade maior de desenvolvimento de alterações genéticas, como a Síndrome de Down.
Para a mulher, há maior chance de desenvolver diabetes e hipertensão levando a uma gestação de alto risco, além da possibilidade de parto prematuro.
Quando o tema é fertilidade, é papel do homem e da mulher buscar identificar possíveis problemas e riscos durante as tentativas de engravidar. Por isso, ao decidirem ter um filho, ambos precisam ser avaliados por profissionais médicos.
É importante saber que mesmo após os 30 anos, as tentativas de engravidar podem ocorrer de forma natural se não houver impedimento.
Sendo que o período admissível de espera para ocorrer a gestação espontânea gira em torno de 1 ano para quem tem mais de 35 anos.
Cuidados necessários na gravidez tardia
Assim como toda gestação, a gestação tardia também exige assistência pré-natal com acompanhamento médico regular, além da realização de todos os exames solicitados pelo(a) médico(a).
Desta forma, é essencial manter o controle e acompanhamento clínico e medicamentoso de doenças preexistentes antes e durante a gestação,
No entanto, a gravidez depois dos 30 anos e especialmente acima dos 35 anos, precisa de uma atenção um pouco maior.
De modo geral, é preciso manter uma alimentação saudável, rica em vitaminas e nutrientes, além de manter uma prática de atividades físicas, de acordo com as recomendações médicas.
Conclusão
Vimos que a gravidez considerada tardia se dá a partir dos 30 anos e é algo muito comum nos dias atuais, em que muitos casais passaram a priorizar a estabilidade em outras esferas da vida, antes de optarem pela maternidade.
Essa gestação muitas vezes é seguida de um planejamento familiar e de um preparo prévio e por se tratar de uma gravidez mais delicada exige cuidados e apresenta alguns riscos.
No entanto, com o avanço da medicina e da expectativa de vida, a gestação tardia tem se popularizado e apresentado muito sucesso.
Contudo, para isso, é preciso seguir as recomendações médicas, adotar um estilo de vida saudável e atentar-se a todas as complicações que possam surgir, de modo a mapeá-las com antecedência e manter seu acompanhamento.
Outra recomendação muito importante é que o casal tentante procure o(a) médico(a) antes de engravidar, para a realização de exames, recomendações e acompanhamento, de modo a preparar-se adequadamente para a futura gestação.
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Será um prazer estar ao seu lado em todos esses momentos.
Dra Marina Mariz
Ginecologista e Obstetra
Defensora do Parto Humanizado
Especialista em Gestação de Alto Risco
Uma das Fundadoras da Casa Perinatal
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