Durante a gestação, o corpo da mulher passa por diversas alterações hormonais e físicas, onde cada fase é acompanhada de sintomas e manifestações próprias da gravidez, no entanto, únicas para cada mulher.
O melhor jeito de lidar bem com cada fase da gestação é contar com uma equipe multidisciplinar que poderá prestar todo o suporte necessário e dar uma assistência mais completa, envolvendo profissionais específicos para cada situação.
A equipe multidisciplinar é composta por diversos profissionais especializados em alguma área gestacional.
Hoje, por exemplo, vamos falar neste artigo sobre a área da Fisioterapia Pélvica.
A Fisioterapia Pélvica desempenha um papel fundamental e pode prevenir a mulher de diversos sintomas desconfortáveis na gestação, no parto e no pós-parto.
Você quer saber mais sobre como funciona o Fisioterapeuta Pélvico na equipe multidisciplinar?
Então, continue comigo e entenda um pouco mais sobre sua atuação e seus benefícios!
O que é fisioterapia pélvica?
A fisioterapia pélvica é uma especialidade responsável por tratar disfunções do assoalho pélvico. Portanto, essa especialidade não é só focada na gestação, pois ela abrange tratamentos nas áreas de Urologia, Ginecologia, Coloproctologia, Sexologia e Obstetricia.
Para as gestantes especificamente, nessa parte do assoalho pélvico, estão ligados um conjunto de músculos e ligamentos que sustentam órgãos como a bexiga, útero, intestino e tudo que se encontra na região abaixo do abdômen.
Algumas mulheres, durante a gestação, podem sofrer alguns problemas na região pélvica — que podem ser causadas por diversos fatores — mas o mais comum é a incontinência urinária.
Problemas nessa região podem ser solucionados com sessões de fisioterapia pélvica e podem ser feitos durante a gestação e após o parto.
Em geral, para que serve a fisioterapia pélvica?
Durante as sessões, o(a) fisioterapeuta irá trabalhar diretamente na musculatura do assoalho pélvico, movimentando e ativando os ligamentos que sustentam a bexiga, o útero e o intestino.
Embora esse(a) profissional seja procurado(a) somente quando ocorre algum problema pélvico, a fisioterapia pélvica também pode ser feita como forma de prevenção, antes que alguma doença se instale.
O(a) fisioterapeuta pélvico também pode realizar consultas com homens, já que eles também sofrem com incontinência urinária — causando impotência sexual.
Nesses casos, a incontinência urinária pode ser derivada de: falta de exercícios, obesidade, doenças na bexiga, cirurgias que possam ter fraturado a pélvica e outros.
Como é feita a fisioterapia pélvica?
Vamos entender melhor como funcionam as sessões de fisioterapia pélvica, pois elas necessitam de disciplina e paciência.
As sessões de fisioterapia pélvica são feitas com equipamentos de qualidade para facilitar o desenvolvimento e recuperação do paciente.
Durante as sessões, o(a) fisioterapeuta pode solicitar que a paciente realize alguns exercícios específicos para estimular a força da região.
Em alguns casos, (a) profissional pode utilizar instrumentos como:
- Dinamômetro perineal;
- Perineômetro;
- Eletromiógrafo;
- Dispositivos de biofeedback;
- Eletroestimulador.
A utilização desses equipamentos só é possível se manuseados por um profissional especializado, pois ele(a) indicará os exercícios necessários para a resolução do problema.
Ao longo das sessões, o profissional ficará ciente da situação do paciente e, com isso, poderá remodelar a grade de exercícios indicada conforme o melhoramento da situação pélvica.
Quais são os benefícios da fisioterapia pélvica na gestação?
Você sabia que a realização de fisioterapia pélvica pode ser benéfica em diversas áreas, até mesmo para a saúde mental?
Pois saiba que problemas na região pélvica podem provocar muito desconforto à gestante, causando assim ansiedade, depressão e incômodos devido a incontinência urinária, por exemplo.
Nas gestantes, a musculatura do assoalho pélvico acaba aguentando mais pressão por conta da necessidade de sustentar o útero que aumenta com o crescimento do bebê, por isso se dá a importância da fisioterapia pélvica nesse período.
Além de prevenir uma incontinência urinária, a fisioterapia pélvica também pode aliviar dores lombares e pélvicas, inchaço e ainda melhora o relaxamento muscular e a respiração.
E o melhor de tudo é que os exercícios também preparam o corpo da mulher para o trabalho de parto.
Fisioterapia pélvica pode prevenir lesões no parto
A fisioterapia pélvica pode promover benefícios em todas as fases da gestação, principalmente durante o trabalho de parto.
Mas, o melhor disso tudo, é que a fisioterapia pélvica pode minimizar lesões no assoalho pélvico, isso porque durante o trabalho de parto, algumas mulheres podem sofrer lacerações.
No parto vaginal, durante a expulsão do bebê, os tecidos que envolvem o períneo podem sofrer rupturas, principalmente devido à distensão que ocorre na saída do bebê pela vagina.
Por isso, a fisioterapia também serve para minimizar os casos de partos vaginais com lacerações e intervenção com episiotomia.
Nestes casos, o alongamento do assoalho pélvico deve começar a ser realizado a partir da 35/36ª semana de gestação e pode ser realizado de duas maneiras, com massagem perineal e com o uso do Epi-no.
O que é massagem perineal?
Em suma, a massagem perineal trata-se de um conjunto de movimentos circulares que são feitos dentro do canal vaginal, em regiões com elevada tensão muscular e deslizamento de fibras musculares.
Realizando-a, a mulher tem um aumento do alongamento e da flexibilidade do canal vaginal. Os exercícios podem ser feitos diariamente, com o uso de um gel lubrificante para facilitar e minimizar o atrito.
No entanto, antes de realizar a massagem, a gestante deve procurar um fisioterapeuta especializado na área para receber as devidas orientações.
O que é Epi-no?
Além da massagem perineal, a gestante também pode utilizar o Epi-no — um aparelho que é introduzido na vagina e possui um balão que é insuflado aos poucos.
Seu nome é derivado de “Episiotomia, não”, como uma forma de protestar contra a intervenção do procedimento no trabalho de parto.
Com esse dispositivo, a mulher pode alongar os músculos em todos os sentidos.
O Epi-no simula o que acontece quando a cabeça do bebê pressiona o assoalho pélvico durante a fase final do parto. No entanto, diferentemente do que pode ocorrer no fenômeno natural, esse dispositivo não lesiona a musculatura.
O alongamento pode ser feito diariamente e conforme o limite de cada mulher.
A cada dia que passar, será uma evolução diferente, acompanhada pelo(a) fisioterapeuta.
Fisioterapia pélvica e suas vantagens no pós-parto
Durante essa fase, a responsabilidade da fisioterapia pélvica é reeducar o corpo por conta das alterações causadas pela gravidez e parto.
Com isso, o(a) fisioterapeuta pode tratar possíveis distúrbios e preparar o períneo para atividades sexuais sem nenhum desconforto.
Além disso, a fisioterapia pélvica, no pós-parto, também melhora a cicatrização e recupera rapidamente a parede abdominal — já que é comum que as paredes abdominais se afastem na gestação.
Conclusão
Algumas mulheres acreditam que os exercícios pélvicos podem ser feitos em casa. Em alguns casos, sim, no entanto, em outros, a intervenção de um profissional é requerida.
Da mesma forma, os exercícios adequados para a sua situação serão prescritos por um profissional especializado. Com isso, você aprenderá como realizar de maneira correta e ainda poderá ver sua evolução.
Caso você esteja sentindo dores na região pélvica, converse com sua equipe humanizada que poderá lhe indicar o profissional adequado para avaliar adequadamente as possíveis causas do desconforto.
Caso queira um atendimento médico humanizado, agende uma consulta comigo via WhatsApp. Será um prazer te acompanhar nessa jornada!
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Dra Marina Mariz
Ginecologista e Obstetra
Defensora do Parto Humanizado
Especialista em Gestação de Alto Risco
Uma das Fundadoras da Casa Perinatal
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