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Quem sou eu

Olá, talvez vocês me conheçam como Dra. Marina Mariz. Mas vou contar para vocês um pouquinho sobre todas as outras mulheres que habitam em mim e como eu cheguei até aqui.

Nem sempre quis ser médica. Como qualquer adolescente, passeei muito entre muitas áreas. Pensei em arquitetura, direito, odontologia. Mas, por algum motivo, a Medicina chamou minha atenção. 

Sempre fui muito estudiosa. Na verdade, sempre tive muito medo de notas ruins, recuperação e de não passar de ano. Medo bem alimentado pelo meu pai. Rígido e disciplinado, ouvia todos os dias sobre a importância de estudar, ter minha profissão, ser independente. 

Mal sabia ele a feminista que ele estava criando… Nunca fui uma feminista radical. Aliás, não gosto de radicalismos. Acho que o mundo está tão maluco por radicalismos. Mas, sou uma mulher do século 21. Acredito que anos de submissão e depreciação fizeram com que nós mulheres nos esforçássemos para alcançar todo nosso potencial de crescimento e sucesso. Somos mais fortes porque fomos desafiadas a isso.

Antes da Faculdade de Medicina

Estudei bastante na época do meu vestibular. Passava dias, noites e fins de semana estudando e tive todo o apoio da minha família e, na época, do meu namorado (que mais tarde seria meu marido). No resultado do Vestibular, a alegria da oportunidade de estar na UFMG. Que sonho e realização! Compensou cada hora de estudo, cada festa perdida…

Quando entrei para a Faculdade de Medicina

Na faculdade, já entrei pensando na Ginecologia, mas tentei não me restringir. Estudei tudo que podia: Cirurgia, Gastroenterologia, Clínica Geral, Dermatologia, Endocrinologia, Medicina Intensiva,… 

Mas a Ginecologia sempre me puxava para seu lado. Estudava com mais amor, mais dedicação e muito mais vontade…

No quinto período, fui chamada por um amigo a entrar em um projeto de pesquisa no Centro de Medicina Fetal (CEMEFE) no Hospital das Clínicas da UFMG. Assisti a aulas incríveis, de assuntos fantásticos e, a partir daí, me apaixonei irreversivelmente pela Ginecologia e Obstetrícia. 

Comecei a fazer  muitos estágios na área, CEMEFE, Hospital Life Center, Hospital Mater Dei, Hospital Octaviano Neves, e isso só reforçou minha decisão.

Um pouquinho antes de me formar, casei-me com meu marido, Leonardo e ele sempre me apoiou incondicionalmente, mesmo com a promessa de muitos dias e noites fora de casa. 

Por que escolhi a Obstetrícia?

Eu me apaixonei pela obstetrícia quando estava na faculdade e comecei a fazer um programa de pesquisa em Medicina Fetal no Centro de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas da UFMG.

A primeira aula que assisti sobre Obstetrícia, foi uma aula de pré-eclâmpsia ministrada pelo professor Antônio Carlos Vieira Cabral. Meu Deus!!! Nunca havia assistido uma aula daquelas… 

Parecia com aquelas aulas de história que temos no Colégio, que nos transporta para os tempos antigos. Eu me sentia em um filme sendo a protagonista. 

Como era possível alguém nos transportar para dentro do organismo humano e nos fazer entender a fisiopatologia da doença como se você usasse uma lupa dentro do nosso próprio corpo???  Jamais iria assistir uma aula com os mesmos olhos. 

Jamais veria a gestante da mesma forma. Nunca mais quis fazer outra coisa que não fosse a Obstetrícia.

Já na Residência em Obstetrícia

Enfim, entrei na residência no Hospital das Clínicas (HC) e por lá continuei toda minha formação profissional.  Hospital de atenção terciária, recebíamos sempre pacientes de risco e gestações de alto risco. Talvez, essa característica do HC me fez voltar os olhos para a gestação patológica e tentar tratar de forma mais fisiológica essas gestantes. 

No meu segundo ano de residência fui apresentada para a assistência multidisciplinar à gestante e ao parto no Hospital Risoleta Neves. 

Comecei a trabalhar com enfermeiras obstetras e vislumbrar possibilidades de atuação no parto que conseguiam aliar a fisiologia da gestação e do parto com a segurança e resolução de  complicações caso a medicina fosse necessária. 

Curiosa, fui observando, estudando e aos poucos inserindo na minha atuação um pouquinho de cada profissional. 

Uma Residente de Obstetrícia grávida de Gêmeos 

Logo após o Risoleta e ainda no terceiro ano de residência, engravidei dos meus filhos. João e Laura!!! Lindos, gêmeos e os maiores amores da minha vida.

Minha gravidez não foi nada fácil!!! Tive muitas complicações. Desde sangramento no início até uma pré-eclâmpsia grave que fizeram os dois nascerem prematuros, com 32 semanas e precisarem ser assistidos no CTI por mais 15 dias. 

Difícil, com toda certeza!!! Mas, de um aprendizado gigantesco pra mim. 

Meu relato de parto

Minha gravidez foi bem difícil. Tive muitas complicações. O que resultou no meu parto foi uma pré-eclâmpsia com 31 semanas. 

A pré-eclâmpsia é a doença materna com maior mortalidade em todo o mundo. Tem uma incidência estimada de 3-5% das gestações.

Doença própria da placenta, ocorre devido a diversos fatores, não tendo uma causa específica ainda descrita. Sabe-se que existem fatores de risco, sendo que a doença é mais frequente em mulheres que apresentam: 

    • Hipertensão crônica anterior;

    • Nova paternidade; 

    • História pessoal ou familiar de pré-eclâmpsia (mãe e irmãs);

    • Diabetes gestacional; 

    • Doenças reumatológicas; 

    • Trombofilias; 

    • Gestações gemelares;

    • Obesidade.

Quando tive a pré-eclâmpsia, precisei me cuidar bastante para prolongar a gestação o máximo possível para que João e Laura não nascessem muito prematuros. 

Porém, após 10 dias de espera, essa pré-eclâmpsia se tornou grave! 

Ainda tentei continuar com a gestação, e “fingir” que nada estava acontecendo por quase 2 dias. Dizia a mim mesmo que estava tudo bem, e que dava para esperar mais, mas o fato é que eu estava com vários sintomas como: tonteira, falta de ar, dor de cabeça e no estômago e um calor enorme.

No auge do mal estar dos sintomas acima, verifiquei minha pressão e eu estava com 180×120 (o que é um valor muito alto e perigoso) e precisei ligar para minha médica. 

João e Laura nasceram neste mesmo dia, 20 de julho de 2009, por uma cesariana muito bem indicada, precisa e poderosa, que nos salvou. 

Salvou a minha vida e a dos meus filhos!

A cesariana é uma cirurgia linda e salva vidas todos os dias. Em meu caminho na Obstetrícia escolhi seguir a Humanização do cuidado e do Parto. 

É comum as pessoas acharem que médicos humanizados são contra a cesariana. Porém, de modo algum isso condiz com o que acredito. Eu sempre digo que não sou contra a cesariana, muito pelo contrário. Sou a favor da cesariana humanizada e bem indicada. 

Agradeço eternamente a minha obstetra que cuidou de mim com amor e respeito! 

É importante eu ressaltar que a pré-eclâmpsia não é uma indicação absoluta de cesariana. Já assisti partos vaginais de pacientes com pré-eclâmpsia, e eu tinha consciência de que não seria uma indicação absoluta de cesariana no meu caso, mas, meus bebês eram prematuros, gêmeos, um dos bebês em posição transversa, a pré-eclâmpsia me deixou com sintomas graves e com a pressão descontrolada. 

Portanto, a indicação foi correta e assertiva.

Um pouco sobre meu puerpério

E o puerpério? Vivi meu puerpério doloroso por longos 4 anos. Teoricamente o puerpério é o período do nascimento até os primeiros 40 dias do bebê. Mas, quem disse que ele dura só esse tempo?

O puerpério é um período marcado por um turbilhão emocional. Um período de reconstrução da identidade da mulher. E quase nunca ele dura só 40 dias. 

Eu me vi durante 4 anos, triste por ser mãe e ter perdido a mulher que eu era, triste por não ser a esposa que eu queria, triste por não poder estar 100% disposta para meu trabalho e, acima de tudo, PÉSSIMA por me sentir assim!

Reforço aqui a importância das mulheres, principalmente na gestação e puerpério, a buscarem apoio psicológico especializado. Na Casa Perinatal, projeto que vou explicar para vocês aqui neste post, temos a psicologia perinatal . 

Após 4 anos, cansei de ser triste. Precisava voltar e “pegar o bonde”. Viver a vida de verdade, sem passar por ela, atônita, assustada! Então, disse a mim mesma “bora lá”! 

Como uma boa capricorniana, nasci para lutar, trabalhar, crescer e vencer! Sou teimosa na raça, na alma. Hoje sou uma mulher realizada! Mãe, esposa, médica trabalhadora!

Devo muito a meu marido, minha mãe e meus filhos que sempre estiveram ao meu lado e me ajudaram nessa empreitada. João e a Laura me desafiaram a exercer a Maternidade e principalmente a Maternagem! Amo vcs meus filhos! Somos uma família feliz, unida, de mãos dadas para tudo o que vier. 

Como a minha gravidez contribui para que eu exercesse a obstetrícia com ainda mais amor

Posso dizer, sem nenhuma dúvida, que existe uma médica antes e depois da minha gestação. Vivenciar tudo aquilo que eu conhecia como médica, certamente não é o mesmo que como paciente. 

Nunca mais verei uma gestante como via antes. Olhos mais profundos, ouvidos mais atentos, entendimento mais autêntico e puro… 

Agradeço a Deus e aos meus filhos que me fizeram mãe e trouxeram mais leveza, compreensão, compaixão e resiliência ao meu coração. 

Da Residência em Obstetrícia ao Mestrado em Medicina Fetal

Formei na residência e logo emendei uma segunda residência em Medicina Fetal e meu mestrado na mesma área. Cada vez mais queria ter um entendimento mais profundo da Obstetrícia. Em todos os seus aspectos e nuances.

Por fim, comecei a trabalhar no consultório e pude aliar todos os conhecimentos da minha formação para oferecer uma assistência de qualidade, científica e humana, que pudesse levar a cada paciente a Medicina Baseada em Evidências Científicas, a humanização, o amor e o respeito. 

A humanização veio até mim com um estágio da residência onde precisei ir para o Hospital Risoleta Neves e me deparei com a assistência multidisciplinar. 

Era impressionante como podíamos aliar todas as arestas de uma paciente desde a fisiologia simples da gestação, passando por questões emocionais do feminino e da maternidade, até a epidemiologia das doenças, como elas transformam organismos e atingem a saúde de mulheres jovens e a formação de bebês. 

Naquele momento entendi que a humanização considera a mulher como um ser único, individual levando em consideração a dualidade da doença e da fisiologia.

Por que não simplificar quando fosse possível? 

Por que não simplificar tecnologias e resgatar a naturalidade da gestação e do parto? 

Olhos atentos, mãos prontas para ação, mas apenas quando realmente fosse necessário? 

Sem gerar dano, nem intervenções exageradas e desnecessárias?

A humanização não é só para o momento do parto 

A humanização não se restringe somente ao momento do parto, pois ela é praticada desde o cuidado pré-natal até o pós-parto.

A atenção, o cuidado, o respeito e o amor são os nortes dessa prática.

A humanização tem bases científicas e é pautada na medicina baseada em evidências, voltada para o bem-estar da mulher e do bebê.

Respeitamos a fisiologia do nascimento, a segurança e as escolhas da gestante e da família!

Mais que uma profissão, uma missão

A Obstetrícia é minha vida, minha carreira! Posso dizer que sou realizada e me orgulho muito de cada coração que consigo tocar, cultivando o amor, o respeito e apostando em uma assistência de qualidade para mudar o mundo, através da forma de nascer!

Como disse o grande e renomado obstetra Michel Odent

“Para mudar o mundo, é preciso, primeiro, mudar a forma de nascer!” 

Esse foi o lema que escolhi como missão de vida, muito mais do que uma profissão, para mim, ser obstetra é minha principal forma de contribuir para a construção de um mundo melhor. 

Uma nova vida que nasce em um ambiente calmo, adequado, acolhedor, repleto de carinho e respeito já cria ali uma marca positiva que fica para toda a vida. 

Ali criamos a oportunidade de fortalecer o vínculo mãe e bebê que também impactará para sempre aquela nova família. 

Um nascimento cercado de amor, cria um mundo com mais amor. 

O nascimento precisa definitivamente de novos sentidos. Aliás toda a assistência perinatal (à mulher, à gestante, à puérpera, à tentante) precisa de novos sentidos.

Precisa ser recheado de sentimentos de amor, dedicação, profissionalismo e acolhimento. 

Precisa caminhar no sentido de adequar e acessibilizar uma assistência perinatal humanizada de muita qualidade.

Assim, cada vez mais mulheres podem receber essa assistência tão importante e novas famílias podem nascer de uma nova forma com muito mais amor. 

Eu acolho mulheres, famílias, sonhos e vidas no período mais lindo e sublime da existência humana: da gestação ao puerpério, a vinda à Terra. 

Eu me transformo em amiga, psicóloga, conselheira, médica da família e muitas outras funções que demandam, acima de tudo, muita confiança e segurança. O vínculo com as pacientes e a oportunidade de vivências tão valiosas como o nascimento de uma nova família, para mim, é o que faz tudo valer a pena.

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